Wednesday, February 13, 2008

Jet-Lag, paralisia do sono e outras coisas

Acredito que ainda não falei o que fui fazer do outro lado do mundo. Para quem não me conhece trabalho com engenharia de telecomunicações e isso me faz viajar bastante, principalmente pela América Latina. Neste caso foi para Manila a convite da filial de minha companhia lá para ministrar um workshop sobre GPRS (se não sabe o que é siga este link).

Agora os fatos estranhos: durante minha estadia lá em Manila fui acometido ao menos 3 noites pela paralisia do sono. Para quem não sabe isso ocorre quando uma pessoa acorda no meio do sono REM e não consegue se mexer, embora possa escutar tudo à sua volta. Hoje não me assusto mais com isso, mas no começo isso me atormentou. Certamente a paralisia do sono deve-se a Jet-Lag: 10 horas de diferença entre São Paulo e Manila.

Mas o mais estranho foi um sonho que tive com uma amiga. Sonhei que tentava salvá-la de uma execução e que ninguém se importava. Quando voltei ao Brasil entrei em contato com ela e, me pedindo sigilo, disse que estava com um problema de saúde que pode ser sério. Que meu sonho não estava tão errado assim. Não posso dar mais detalhes pela promessa que fiz a ela.

Esse sonho me assustou. Tive um há alguns anos com meu pai (também estava viajando, dessa vez no Rio) e ele estava muito perturbado e me pedia para não fazer as "besteiras que ele fez". Depois ele pegou o metrô e se foi enquanto eu fiquei na estação. Sonho que perturbou porque meu pai parecia bem mal.

Olha eu não acredto em espíritos e coisas assim, mas também não em coincidências. Como fui sonhar com F. que não vejo há 2 anos, estando a mais de 18 mil quilômetros de distância? Por que ainda sonho que estou em Manila e os sonhos são tão reais, tanto que acordo e depois volto ao mesmo sonho? Talvez exista algo mais que não sei. Só não acredito em coincidências e nem que virei "antena de seres do outro mundo".

Tenho vivido uns dias estranhos: nos três primeiros que estive em Manila e agora depois que voltei.

Monday, February 11, 2008

Jeepneys

Jeepneys são o meio de transporte mais popular na Metro Manila (e em seus arredores pelo que pude ver) . A história, pelo que puder apurar, remonta a época que os americanos dominavam a ilha e tinham ali várias bases militares. Com o fim da Segunda Guerra e a Independência das Filipinas, 4 de julho de 1946 (até nisso os americanos deixaram a sua marca), os jipes ficaram e aí entrou a criatividade dos filipinos: esticaram a carroceria e carregam doze pessoas dentro. Tem rota fixa e paradas aleatórias, ou seja, o usuário fala "stop" e eles param onde for. Se você estiver atrás e não parar, azar!


Aqui algumas fotos deles tiradas na avenida Makati e Ayala, no coração financeiro de Manila.



Friday, February 08, 2008

O mercado de carnes e de peixes

Na volta para Manila fizemos uma pequena parada "estratégica" na cidade de Tagaytay.


Chito me pediu muito delicadamente se podíamos fazer uma parada num mercado de carnes porque, segundo ele, era carne fresca e até 20% mais barato que na Metro Manila. Esse mercado merecia uma foto, mas fiquei com receio do pessoal não gostar. Era minha primeira saída por aqui e não sabia que o pessoal adora fotos.

Bom esse mercado é uma das coisas mais absurdas que eu já vi. Pedaços e pedaços de boi pendurados em ganchos. Até aí nada demais se não fosse por:

1. condições de higiene precárias. Num dos balcões - para usar um adjetivo gentil - nojento um cara abria uma cabeça de boi. Aproveitamento 100%.

2. refrigeração era algo inexistente. Só para lembrar a temperatura por aqui fica em torno de 30 graus. O que me leva a crer que aquela carne toda (não era pouca) deveria ser vendida aquele dia. Não vi nenhum frigorífico em volta, ninguém pensando em salgar a carne, nada.

3. as moscas faziam a festa!

Quando Chito escolheu a sua carne (passamos por todas as bancas) eles dicutiram em Tagalog e ele pegou sua carne. Bom pensa que houve escolha entre "maminha", "picanha" ou algo do gênero? O cara simplesmente cortou transversalmente onde o Chito pediu, usou uma serra para cortar o osso e pesou. A quantidade de carne que ele comprou dava para fazer um churras para umas 20 pessoas. Ah sim na hora de pagar a mesma mão que pega o dinheiro, espanta as moscas e corta mais um pedaço de carne e pega mais dinheiro...


Com as carnes no porta-malas do carro seguimos na direção de Manila. Meu anfitrião ia me levara para comer frutos-do-mar na cidade de Pasay.
Ali, por volta das 15h00, paramos num Dam Pa que é um mercado onde se vendem mariscos. Chito desceu do carro e o segui até o mercado onde ele comprou mais um saco de comida. Para variar: temperatura em volta dos 30 graus, tudo exposto sem o mínimo de refrigeração. Ele comprou um pedaço de atum, uns camarões e umas ostras.
Em seguida fomos a um dos restaurantes que estão em volta do Dam Pa como se pode ver na foto ao lado. Aí o Chito entregou o saco para um dos garçons e eu entendi tudo: ia comer aquilo que estava exposto ali no mercado, às moscas e provavelmente desde manhã. Meu estômago começou a revirar...
Quando chegou a comida, olha, estava razoável. As ostras foram cozidas e provei uma. O atum tinha um gosto estranho e comi um dos camarões. Preferi ficar na cerveja e no arroz a mergulhar na mariscada. Um detalhe é que eles não usam facas para comer e sim um garfo e colher. Meus anfitriões comiam com gosto. Eu disfarçava como podia.
Esse foi o primeiro país que fui até hoje que a comida sempre me pareceu ter um gosto estranho. Na República Tcheca por exemplo era insossa; nas Filipinas gosto tinha algo de desagradável (ao menos para meu paladar) em todos os pratos. Só no restaurante do hotel que consegui comer bem.
Dali o motorista me levou para o hotel e dormi profundamente. Assim acabou meu segundo dia nas Filipinas.

Thursday, February 07, 2008

Filipinas - Visita ao vulcão Taal

Uma viagem muito legal. Aproximadamente a 50km de Manila encontra-se o vulcão Taal, considerado muito perigoso pelos especialistas, por sua contínua atividade e proximidade com centros urbanos. Chegar lá foi uma história a parte que vale a pena ser contada.

Meu contato aqui pediu para que o motorista me pegasse no hotel às 6h00 da manhã de domingo. Achei estranho irmos tão cedo, mas depois ele me falou que era por causa do trânsito que pegaríamos pelo caminho. Como se isso pudesse ser evitado... Na ida tudo bem, agora na volta... trânsito, muito trânsito!

Pelo caminho fui vendo que a cidade de Makati é um mundo a parte. O lugar é bem pobre mesmo. Algumas coisas que me chamaram a atenção pelo caminho foram:

1. a quantidade enorme de casas de penhores nas pequenas vilas

2. a quantidade de ferro velho também. Só como comparação não vi nenhuma farmácia pelo caminho.

3. os barracos de 2 andares nas favelas. A parte de baixo feita de tijolos enquanto a de cima com folhas de latão.

Antes de ir a Taal fomos a um zoológico (de onde o Chito, meu contato, tirou a idéia de visitar um zoo eu não sei. Eu que não pedi...). Para quem conhece o de São Paulo aquele é uma verdadeira piada. Por outro lado é um fica dentro de um hotel (ou seja privado) e isso merece o maior respeito. A parte mais interessante foram os tigres e as aves daqui. O resto não era muita coisa assim tão excitante.

Depois descemos até o lago de Taal de onde tem que se pegar um barco para atravessar o lago e ir para a cratera. Do outro lado tem uns caras que alugam uns cavalos para vc subir. Diziam eles que eram 5 km até a cratera que tinha porque tinha que ir a cavalo. Bom como o motorista pegou um cavalo (Chito ficou do outro lado com o carro) pensei que seria um a boa idéia. Eu fiquei 5 min em cima do cavalo. Para um motoqueiro como eu um cavalo é uma coisa muito instável e não gosto da idéia de confiar minha segurança a algo que tem vontade própria, assim apeeei e fui o resto do caminho a pé. Não era nem 2 km até a cratera e a subida era relativamente suave. Para quem fez caminhadas pela Chapada dos Veadeiros aquilo era brincadeira de criança.

A cratera é deslumbrante como pode-se ver pela foto. O que não dá pare perceber nas fotos são os gases sulfurosos que ela emite... O dia que aquele vulcão entrar em erupção para valer aquela vila aos pés dele e mesmo as casas de veraneio do outro lado do rio vão virar lenda. Para quem não acredita, basta ver as fotos da última erupção.

Voltamos, Roger e eu, mais ou menos 2h depois para encontrarmos Chito do outro lado do Lago e voltar para Makati.
Acima: vista da cartera. Ao lado: eu, suado para caramba, ao chegar no alto da cratera.
Próxima postagem: o mercado de carnes e nosso almoço de domingo.

Wednesday, February 06, 2008

Filipinas - Makati City

Estou aqui nas Filipinas desde sábado, dia 2 de fevereiro. É, perdi o Carnaval... so what? Nunca gostei de Carnaval mesmo.

Nesta postagem falarei um pouco de minhas primeiras impressões sobre o pouco que pude conhecer das Filipinas.

Chegando em Manila

Obviamente que eu cheguei pregado depois de 28 horas viajando. Sábado, 9h30 da manhã e um calor do cacete. Peguei o traslado do aeroporto ao hotel e já tive uma prévia do que é a Região Metropolitana de Manila: favelas e um trânsito infernal. Nesse ponto nada muito diferente da cidade de São Paulo. O motorista, que tinha um inglês bem razoável, me explicando as coisas de Manila e os lugares onde eu deveria visitar. Lógico que ele me recomendou umas casas especiais onde eu poderia ver uns espetáculos artísticos com garotas... Disse que ninguém me forçaria a fazer nada, mas que era bom ver um showzinho.

Fiquei pensando: será que eu tenho cara de homem de meia idade tarado? De qualquer forma ele me deu umas boas dicas de bares que usei posteriormente.

Makati City

Cheguei ao meu hotel que, para dizer o mínimo é um espetáculo. Chama-se Peninsula Manila e as fotos do web site são bem melhores que as que eu tirei. Depois de dar uma descansada resolvi exploarar as imediações de Makati. Essa cidade - pertencente à Zona Metropolitana de Manila - é o coração financeiro das Filipinas.


Dei uma breve cochilada para ir ao Greenbelt , um shopping center com vários bares. No caminho fui notando que havia várias garotas filipinas com ocidentais circulando pelas avenidas Makati e Ayala. Pensei: ou o padrão de beleza daqui é o careca e barrigudo, ou essas garotas são profissionais. Rapidamente eu teria a resposta. Mas a dúvida persistiu porque não vi nada no caminho que indicasse uma "casa de espetáculos" que me recomendara meu amigo taxista.

No Greenbelt a primeira coisa estranha: um segurança na entrada com detetor de metais e ainda revistando as bolsas de todo mundo. Muito estranho... na Guatemala que todo o segurança de restaurante carrega no mínimo uma escopeta a checagem de segurança não é tão rígida assim. Mas aí me lembrei que mesmo na chegada ao meu hotel havia dois guardas que fizeram o taxi parar, abriram o porta-malas e checaram embaixo do carro. Sim, amigos, é isso mesmo: bombas! Tem um bando de malucos aqui do sul, separatistas ou algo que o valha que adoram atacar shopping centers. Imagine agora um shopping com dezenas de entradas e saídas e, sim, em cada uma delas a checagem é feita. Por isso ao sair por Manila, deixe sua mochila no hotel. Isso vai poupar tempo.

Ali resolvi beber uma cerva local (San Miguel) e dar uma banda. Encontrei um bar animadíssimo chamado Café Havana. Eram umas 23h mais ou menos e bastou dar uma olhada para os lados para perceber algo estranho: muitos estrangeiros, a maioria de meia idade, muitas meninas locais e quase nenhuma estrangeira e a cerveja custando o dobro da que eu tomei no bar anterior. Por sinal bastou eu chegar no balcão para um bando de meninas começar a se assanhar. Pronto! Ali era o local de encontro das profissionais com os clientes. Na verdade o lugar não é em si um puteiro. Eu vi algo parecido na China há alguns anos no Hard Rock Café: depois das 22hrs o local fica repleto de profissas. O mesmo ocorre por aqui. O lance é que elas são discretas (no traje é claro). A chegada é firme e convite para sair dali aparece logo.

Saí do Havana Café - sozinho - e fui dormir. Na próxima postagem eu conto da minha visita ao vulcão Taal. E das estranhas coisas que fui encontrando pelo caminho.

Notícias de mim

Quase 13 anos depois eu resolvi escrever para dar notícias minhas e contar o que aconteceu nesses anos todos. O que me motivou a isso foi te...