Friday, February 08, 2008

O mercado de carnes e de peixes

Na volta para Manila fizemos uma pequena parada "estratégica" na cidade de Tagaytay.


Chito me pediu muito delicadamente se podíamos fazer uma parada num mercado de carnes porque, segundo ele, era carne fresca e até 20% mais barato que na Metro Manila. Esse mercado merecia uma foto, mas fiquei com receio do pessoal não gostar. Era minha primeira saída por aqui e não sabia que o pessoal adora fotos.

Bom esse mercado é uma das coisas mais absurdas que eu já vi. Pedaços e pedaços de boi pendurados em ganchos. Até aí nada demais se não fosse por:

1. condições de higiene precárias. Num dos balcões - para usar um adjetivo gentil - nojento um cara abria uma cabeça de boi. Aproveitamento 100%.

2. refrigeração era algo inexistente. Só para lembrar a temperatura por aqui fica em torno de 30 graus. O que me leva a crer que aquela carne toda (não era pouca) deveria ser vendida aquele dia. Não vi nenhum frigorífico em volta, ninguém pensando em salgar a carne, nada.

3. as moscas faziam a festa!

Quando Chito escolheu a sua carne (passamos por todas as bancas) eles dicutiram em Tagalog e ele pegou sua carne. Bom pensa que houve escolha entre "maminha", "picanha" ou algo do gênero? O cara simplesmente cortou transversalmente onde o Chito pediu, usou uma serra para cortar o osso e pesou. A quantidade de carne que ele comprou dava para fazer um churras para umas 20 pessoas. Ah sim na hora de pagar a mesma mão que pega o dinheiro, espanta as moscas e corta mais um pedaço de carne e pega mais dinheiro...


Com as carnes no porta-malas do carro seguimos na direção de Manila. Meu anfitrião ia me levara para comer frutos-do-mar na cidade de Pasay.
Ali, por volta das 15h00, paramos num Dam Pa que é um mercado onde se vendem mariscos. Chito desceu do carro e o segui até o mercado onde ele comprou mais um saco de comida. Para variar: temperatura em volta dos 30 graus, tudo exposto sem o mínimo de refrigeração. Ele comprou um pedaço de atum, uns camarões e umas ostras.
Em seguida fomos a um dos restaurantes que estão em volta do Dam Pa como se pode ver na foto ao lado. Aí o Chito entregou o saco para um dos garçons e eu entendi tudo: ia comer aquilo que estava exposto ali no mercado, às moscas e provavelmente desde manhã. Meu estômago começou a revirar...
Quando chegou a comida, olha, estava razoável. As ostras foram cozidas e provei uma. O atum tinha um gosto estranho e comi um dos camarões. Preferi ficar na cerveja e no arroz a mergulhar na mariscada. Um detalhe é que eles não usam facas para comer e sim um garfo e colher. Meus anfitriões comiam com gosto. Eu disfarçava como podia.
Esse foi o primeiro país que fui até hoje que a comida sempre me pareceu ter um gosto estranho. Na República Tcheca por exemplo era insossa; nas Filipinas gosto tinha algo de desagradável (ao menos para meu paladar) em todos os pratos. Só no restaurante do hotel que consegui comer bem.
Dali o motorista me levou para o hotel e dormi profundamente. Assim acabou meu segundo dia nas Filipinas.

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